Alfândega Brasileira
Importa e exporta,
Tudo passa pela mesma porta.
Legal e ilegal,
Tudo dá na mesma, tudo é imoral.
Doutor ou marginal.
Tudo é permitido, aqui é tudo igual.
Certo ou torto,
Tudo entra pelo mesmo aeroporto.
Com ou sem autorização,
Tudo é possível na mesma estação.
Com ou sem gosto,
Tudo atravessa o mesmo entreposto.
Com ou sem propina,
Tudo se acerta ali na mesma esquina.
Com ou sem nota.
Tudo é válido e ninguém nem anota.
Na guerra ou na paz,
Tudo acontece naquele mesmo cais.
Primeiro ou terceiro mundo,
Tudo é igual nesse mesmo submundo.
Dólar ou Real,
Tudo é moeda e tem o mesmo final.
Euro ou Libra,
Tudo será útil na mesma medida.
Papel higiênico ou dinheiro,
Tudo é idêntico nesse grande chiqueiro.
Ladrão ou banqueiro,
Tudo está certo, não é companheiro?
Importa ou exporta,
Mas será que alguém se importa?
Não?
Então abre mais a porta.
Luiz Eduardo Corrêa Lima
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