Resumo: Resolvi escrever apresentando minha opinião a respeito daquilo que imagino que a escola deve ser como principal entidade social e as expectativas futuras que podem decorrer desse pensamento.
INTRODUÇÃO
Considerando a minha modesta condição de
professor e livre pensador, resolvi escrever um pouco sobre a humilde opinião
que tenho de como acredito deva ser a escola (qualquer instituição de ensino)
como entidade social e que expectativas eu imagino possam decorrer da
influência que essa escola é capaz de produzir na sociedade atual e o que isso pode
representar, de fato, em melhorias efetivas para toda a humanidade no futuro
próximo.
Para começar, quero dizer que considero
a escola como sendo a mais importante instituição da sociedade e por mais óbvio
que possa parecer, creio que seja fundamental essa afirmação até para
justificar, desde já, algumas questões que vou discutir ao longo desse texto.
Entendo que a escola é a única instituição social capaz de mudar as pessoas,
entretanto também entendo que é chegado o momento em que essa instituição
precisa reavaliar o seu compromisso social para poder continuar cumprindo esse
mesmo compromisso.
A escola, embora tenha toda a relevância
que já destaquei acima, não deve e nem pode estar fechada em si mesma por
alguns motivos. Primeiramente porque é uma instituição social e assim
necessariamente ela se relaciona e trabalha com pessoas e toda a sorte de
atributos que essas pessoas podem ter e que podem demonstrar, ou não, a cada
momento. Em segundo lugar porque a escola é uma instituição de ensino e como
tal precisa ter uma definição clara de por que ensina, do que ensina, como
ensina e a quem ensina. Isto é, a escola necessita ter um processo pedagógico
que demonstre claramente quais são os seus princípios, que indique
objetivamente suas pretensões e que determine efetivamente suas obrigações. Em
terceiro lugar porque a escola é uma instituição que identifica, gera,
concentra e divulga saberes e culturas e, por isso mesmo deve estar implicada
numa dimensão histórica dentro da comunidade próxima em que está inserida, mas
sem se afastar (sem deixar de lado) a realidade humana, num contexto social maior
de toda a sociedade planetária, isto é, das questões próprias da humanidade e
de todas as suas dimensões sociais ou não.
Assim, acredito que a escola não pode se
afastar do tempo e como o tempo atual é de mudanças profundas em toda
sociedade, entendo que a escola também precisa se adequar às novas necessidades
imperantes. A humanidade precisa continuar sua história planetária e a escola é
deverá ser a entidade destacada que permitirá a perpetuação desse fato, independentemente
das possíveis rupturas e efeitos colaterais. Entretanto para que isso ocorra serão
necessários alguns ajustes, porque os tempos mudam e a escola, desde que foi
inventada, até aqui infelizmente não mudou. Já está passando da hora de efetuar
as mudanças que se fazem tão necessárias.
A
IDENTIDADE DA ESCOLA
Considerando os aspectos básicos e
fundamentais destacados na introdução acima para idealizar a escola é possível
generalizar, dizendo que a escola é uma instituição que tem caráter social,
cognitivo, cultural, histórico, político e comunitário. Assim, a mescla desses
caracteres é que forma, de fato, a instituição social denominada de escola e
essa instituição não deve e nem pode se sentir ou agir com tendências maiores
ou menores nesse ou naquele caráter. Pois então, essa é a grande dificuldade da
escola, pois ela tem que se fazer parte integrante de tudo, sem poder, de fato,
tomar parte direta de nada.
Essa é uma condição muito complicada e
difícil de ser assumida e desenvolvida da maneira devida e correta, porque
certamente existem sobreposições entre os aspectos e principalmente, porque
quem faz as escolas são pessoas e naturalmente as pessoas (seres humanos e
sociais) não conseguem “controlar” (conter) seus instintos e impulsos, criando
situações conflitantes. Muitas vezes, as pessoas, nem ao menos, tentam ou conseguem
tentar balizar exatamente as dimensões (caracteres) do processo pedagógico
fundamental na escolarização a que a escola deveria se propor como entidade
social. Possivelmente, talvez, seja por isso que não existe possibilidade de
encontrarmos duas escolas iguais. A identidade da escola é um caráter próprio,
individual e exclusivo, que a própria escola desenvolve e conquista ao longo de
sua história.
Por mais próximas e parecidas que as
escolas possam ser, elas sempre são diferentes.
Existem inúmeros aspectos que garantem esse fato e me permitem fazer
essa afirmativa, mas eles podem ser grupados genericamente em dois grupos
fundamentais. O primeiro deles está centrado na questão didático-pedagógica da
escola, que relaciona-se com o currículo disciplinar e o segundo está
relacionado com as raízes culturais, históricas e políticas da comunidade
local. Entretanto, volto a dizer, ainda que se imagine escolas vizinhas, com a
mesma estrutura curricular básica e com a mesma comunidade histórica, sobre a
mesma influência cultural e política, ambas certamente serão diferentes, porque
serão compostas por pessoas distintas. Volto a afirmar, não existem duas
escolas iguais.
Da forma como tratamos e entendemos a instituição
escola até hoje, é impossível pensar na existência de uma escola sem uma
proposta curricular, sem um elenco de disciplinas didático-pedagógicas, sem um
conteúdo programático, sem um corpo docente e logicamente sem um corpo
discente. Mas, por outro lado, também é impossível pensar uma escola sem a
cultura do entorno e sem o envolvimento sócio regional de sua localização ou,
pelo menos, de sua “população mais característica”. Aliás, essa questão da
“população mais característica” também é bastante complexa, por isso
constitui-se em algo que precisarei me aprofundar um pouco mais, para depois
continuar e discutir a questão curricular.
OS
AGENTES SOCIAIS E A “POPULAÇÃO MAIS CARACTERÍSTICA” DA ESCOLA
Numa escola existem pessoas de todos os
tipos e em todos os níveis: alunos, professores, funcionários, pais de alunos,
e outros visitantes informais menos comuns, porém presentes e constantes no
ambiente escolar, como por exemplo, o supervisor de ensino ou o entregador de
refrigerante da cantina. Toda essa população faz parte da “comunidade
intraescolar”, porque de uma forma ou de outra, eles acabam estando sempre
dentro da escola. Entretanto, também existem os “vizinhos” da escola, que por
um motivo ou por outro, têm alguma relação com ela, que são o restante da população
da rua ou do bairro, os quais também interferem ou são interferidos pela
presença da escola naquele local, por exemplo o menino que vai pegar a bola que
caiu dentro da escola ou o vidraceiro que foi arrumar o vidro da janela
quebrada. Esse pessoal, que não é frequente, mas que existe e participa do
espaço escolar, consiste na “comunidade extraescolar”.
Quer dizer, a comunidade da escola se
compõe de pessoas que se apresentam em dois segmentos distintos: pessoas efetivamente
de dentro da escola, ou melhor, envolvidas diretamente na escola (“comunidade
intraescolar”) e pessoas ocasionalmente envolvidas na escola (“comunidade extraescolar”).
Todas essas pessoas constituem os chamados “stakeholders” (Freeman, 1984) da
comunidade da escola. A escola apesar de seu objetivo maior de educar e
ensinar, possui no seu corpo de “stakeholders” inúmeras pessoas que nada têm a
ver com a educação.
Pois então, essas pessoas são de raças,
sexos e cores diferentes, têm hábitos e costumes diferentes, têm crenças
distintas, têm ligações ou interesses políticos diversificados, torcem para
diversos times de futebol, gostam de assuntos variados, têm quase que um
contingente infinito de inúmeras outras atividades diversas que poderiam ser
consideradas aqui. Pois então, como traçar um modelo de “população mais
característica” (principal), sem comprometer os interesses das demais pessoas
envolvidas? Bem, essa é uma situação própria das escolas, que elas
intencionalmente ou não, progressivamente buscam resolver, através das políticas
que estabelecem ao longo do tempo. Parece incrível, mas, quase sem perceber, as
escolas vão se adequando gradativamente a essa sua “população mais
característica”.
É exata e precisamente isso que faz com
que escolas próximas possam ser extremamente diferentes. Embora essas escolas
muitas vezes até estejam inseridas, por exemplo, numa mesma comunidade de um
determinado bairro, essas escolas, ainda assim, se constituem através de
públicos alvos principais e perspectivas sociais, históricas e culturais diversificadas,
porque seus problemas são diferentes, haja vista que os “stakeholders” que as
compõem são pessoas distintas. Mais uma vez, parece incrível, mas são as
pessoas que mais causam, quantificam, dimensionam ou imaginam os problemas que
dificultam o funcionamento das escolas e assim, são as pessoas da comunidade da
escola, que tornam as escolas mais diversas e também muito mais complicadas. O
pior e mais triste de tudo é que, a grande maioria dessas pessoas não têm, ao
menos diretamente, nada a ver com a função educacional da escola, entretanto
elas estão aí causando situações que interferem na engrenagem escolar.
OS
CURRÍCULOS E CONTEÚDOS DISCIPLINARES
Existe uma preocupação natural quanto a
faixa etária do cliente da escola, o aluno, e a informação a ser “passada para”
(discutida com) ele. É evidente que não se pode dizer qualquer coisa para
qualquer um em qualquer momento, principalmente quando se fala com jovens
estudantes. Aliás, acredito que os meus colegas, professores de Biologia, possam
explicar melhor sobre esse aspecto aos leitores mais interessados, porque não
vou discutir sobre isso, pois perderemos muito tempo e texto com detalhes que
não cabem nesse momento. Mas quero crer que a grande maioria dos leitores, de
alguma maneira, tenham a devida dimensão da relação da idade com o grau de
informação a ser informada (ministrada) ao aluno.
Por conta dessa questão: idade X grau de
informação, lá trás, nos tempos idos, alguém “inventou” um negócio chamado
currículo escolar e, o que é pior, estabeleceu regras para que esse currículo
fosse ensinado (passado, informado, ministrado ou introduzido) para os alunos. Pois
então, currículo escolar e regras de como ministra-lo são realmente duas
grandes bobagens que precisam deixar de existir, pelo menos da maneira como são
estabelecidos, para o bem da educação.
É evidente que muita gente não vai
gostar dessa minha afirmativa, por vários aspectos, mas a mim só está preocupando
aqueles que poderão perder o emprego por causa disso, porque infelizmente tem
gente entendida e “especializada” em fazer apenas e tão somente isso. Essas são
pessoas, que não me conhecem e que já não irão gostar de mim, mesmo sem me
conhecer e certamente ficarão deveras assustadas se lerem o que acabo de
escrever. Mas, infelizmente essa é uma grande verdade e precisa ser enfrentada
para o bem da educação e da escola.
A propósito, passei inúmeras vezes por
essa situação em minha vida, pelo simples fato de que: “costumo falar a verdade
e o que penso sobre as coisas e isso incomoda a muita gente”. Quero dizer as pessoas que podem ter ficado
assustadas com minha afirmação que não se preocupem, pois basta apenas aprender,
trabalhar e ser competente. Por outro lado, cabe ressaltar que: “competência
não se mede pelo exercício de apenas uma função definida, mas sim pela
capacidade de assumir corretamente múltiplas funções.” Isto é, se essas pessoas
forem competentes, certamente elas não perderão seus empregos, porque
conseguiram exercer outras funções. Aliás, essa noção de competência deve ser
um dos atributos da escola abrigada pelo currículo escolar. Mas, vamos voltar
ao assunto.
Nessas alturas, alguém já deve estar
dizendo: “esse sujeito é (ou está ficando) maluco”. Como vai ser a escola? O
que vamos ensinar se não houver currículo pedagógico e se não houver critério disciplinar
rígido estabelecido? Como vamos ensinar? Meu Deus! A escola vai virar um
pandemônio.
Pois é, meus amigos, eu estou muito
ciente do que estou falando e não vai acontecer nada de anormal na instituição
escola. Vou tentar explicar melhor, para todos aqueles que quiserem e que se
derem o direito de tentar entender. Aqueles que não quiserem entender podem
parar por aqui e desistir da leitura, porque minha loucura está apenas no
início.
O programa da disciplina certamente
existirá, mas terá apenas temas gerais a serem discutidos e o conteúdo
específico será definido dia a dia, aula a aula, de acordo com o interesse dos
alunos sobre aquele tema. Podem ter certeza, sempre (sempre mesmo) haverá
alguém querendo saber algo sobre alguma coisa e a partir desse algo e da
criação do professor, obviamente a discussão se faz, o assunto cresce e os
conceitos aparecem. Desta forma o currículo se faz e a disciplina (matéria) é
de alguma forma aprendida. O professor exige um relatório ou faz algumas
perguntas sobre o assunto e o conteúdo programático está estabelecido. Mais uma
vez, a propósito, antes que alguém diga que isso é impossível, eu posso afirmar
que não é, porque já fiz essa experiência algumas vezes e podem acreditar: isso
funciona, dá muito certo. Aliás, o único risco que se corre, é que muitas vezes
o tempo da aula não é suficiente para suprir as discussões, sendo necessário
continua-las em outra ou outras aulas. Por outro lado, devo ressaltar que o
aproveitamento é ótimo.
O professor não tem que estar preocupado
em cumprir um programa, ele apenas apresenta um tema e o programa se faz, a
partir das opiniões, das questões, das discussões e do interesse direto e
imediato dos alunos, os clientes, aqueles que precisam estar satisfeitos com o
produto. As questões são tiradas das próprias interlocuções e os conceitos são
aplicados para que se esclareçam sobre os termos. Parece incrível, mas é real.
Eu já fiz e volto a dizer, o resultado é fantástico, isto é, o aproveitamento
(aprendizado) dos alunos é muito maior, porque o aluno é o agente
(protagonista) da história tratada e assim, ele aproveita, guarda e aprende
muito mais. Colegas professores, por favor, duvidem do que eu digo e façam o
teste vocês mesmos.
Agora, tem um outro lado complicado e
mais uma vez, alguém vai perder ou alguém vai ganhar um novo emprego. Aquela
discussão inócua em nível, às vezes nacional, de qual deve ser o currículo para
o Ensino Médio, como se está vivenciando nesse momento, passa a não ser mais tão
importante, porque a partir dos temas básicos e do interesse local da
comunidade da escola e da população mais característica, a discussão se
estabelecerá, sempre dentro dos valores e principalmente dos problemas
próximos, condizentes com a contextualização que se faz necessária. Essa
metodologia implica em abandonar a escola fictícia, inventada por alguém e
partir para o trabalho na escola real, que acontece no cotidiano daquela
comunidade.
Volto a afirmar: eu sei que isso
funciona, porque eu já experimentei. Entretanto, precisa ser tentado por quem
não acredita. Já disse que fiz essa experiência várias vezes e deu muito certo.
Infelizmente alguns ainda vão preferir dizer que, na verdade, eu sou um
preguiçoso que andei enrolando meus alunos e cabulando aula. Mas, por favor,
senhores professores, façam essa experiência também.
Infelizmente, estamos presos a uma
legislação e a algumas obrigações idiotizantes que não nos permitem fazer isso
sempre, porque temos que cumprir os programas, os prazos estabelecidos e outras
“bobagens burocráticas” em de cada bimestre do ano letivo com suas 200 horas
obrigatórias de atividades. Vejam bem, eu disse “bobagens burocráticas” porque
isso não tem efetivamente nada a ver com a escola ou com a educação. Isso é uma
arbitrariedade imposta por alguém, dentro do sistema, e não tem valor
pedagógico absolutamente nenhum.
Aliás, em 1991, o ministro da educação
era uma sujeito que o Presidente Collor inventou, Carlos Chiarelli, e que achou
que ia acabar com todos os problemas da educação, quando ampliou o número de
dias letivos de 180 para 200. Naquela oportunidade, eu publiquei um artigo
(LIMA,1991), no Boletim da Universidade de Taubaté, onde chamava a atenção para
o fato de que não são 180 ou 200 dias letivos que fazem a diferença e muito
menos a melhora da educação, mas sim a postura do aluno, do professor, da
escola e do ministro. Isso faz 27 anos e como eu disse, naquela época, até aqui
nada mudou, além dos 20 dias a mais. Naquela época se discutiu sobre os números
de dias do ano letivo, mas não tratou efetivamente de educação e hoje nem os
números de dias letivos são mais discutidos.
Mas, eu quero dar mais um exemplo, na
minha área (Biologia), daquilo que estou chamando de “bobagens burocráticas”,
para que meus colegas possam entender melhor. De acordo com o programa o
professor está ministrando uma aula sobre Biologia Celular e tratando de
questões energéticas celulares e de repente, ele tem que se referir e tentar
explicar sobre o “Ciclo de Krebs” (Ciclo do Ácido Cítrico), que é um assunto
tão complicado, que nem 10% dos professores de Biologia consegue entender,
quanto mais explicar. Aí, depois de uma aula inteira cheia de confusão e de
nomes de substâncias químicas que ninguém entendeu nada e principalmente que não
serviu para nada na vida do aluno, o professor avisa que o aluno tem que saber aquele
assunto porque vai cair na prova.
Ora, com licença do termo, isso é uma
grande sacanagem, porque como eu disse, a grande maioria dos professores de
Biologia também não sabem nada sobre esse assunto e se não fosse “obrigado”, a
maioria dos professores nem falaria disso, porque não é algo que seja
importante para quem não trabalha diretamente com Bioquímica Celular. Isto é,
não agrega valor à vida de quase nenhum indivíduo na sociedade. Então, porque
expor o aluno a esse martírio e perder uma aula inteira ou mais falando de algo
que não interessa a ninguém, nem mesmo ao professor de Biologia, na maioria das
vezes?
Pois é, meus amigos, tem muita coisa que
se ensina na escola que não serve para absolutamente nada, mas como está
escrito num determinado papel orientador do ensino (currículo escolar) que aquilo
deve ser ensinado, ou pior ainda, como está contido no “livro didático” daquela
disciplina, então o “professor” pensa que é obrigado a seguir. Será que não
seria mais interessante chegar para o aluno e dizer o seguinte: hoje nós vamos
discutir sobre a Respiração Celular, deem uma boa lida no livro e conversaremos
sobre o assunto depois. Mas é para conversar sobre o assunto mesmo e não para
deixar o aluno na expectativa ou na espera eterna. Depois o professor pode
fazer alguns questionamentos mais específicos para serem respondidos pelo aluno
ou pode solicitar um relatório da discussão.
Para aqueles que se interessam por essa
discussão, recomendo a leitura de dois artigos que publiquei, nos quais discuti
um pouco mais sobre essa questão, das coisas desnecessárias que a escola, o
programa e consequentemente o professor, têm que “ensinar”, por questões
burocráticas, mas que não servem para coisa nenhuma no que diz respeito à
formação do aluno (LIMA, 2017 e LIMA, 2018).
Sinceramente, qual das duas situações
vocês acreditam que gera mais interesse, é mais sincera, mais verdadeira e que
produz melhor aproveitamento e conduz a melhores resultados por parte dos
alunos: a primeira que é opressora, ditatorial, decorativa, repetitiva e que já
vem pronta por alguém ou a segunda que é questionadora, democrática, discursiva,
construtiva e que se desenvolve a partir dos questionamentos imediatos? Acredito que todos vão concordar comigo, que a
segunda situação é claramente a mais efetiva, eficiente e eficaz.
Pois então, é disso que estou falando,
não precisa mais existirem essas regras medíocres do século XVIII em pleno
século XXI e nem esses assuntos irrelevantes que alguém resolveu achar que são
importantes e colocar num currículo escolar, mas cuja importância é altamente
questionável, principalmente para um jovem estudante. Precisamos adequar as
nossas necessidades didáticas ao nosso tempo e precisamos dosar a informação,
considerando a importância relativa que ela tem para os nossos jovens. Além
disso, temos que fazer a devida contextualização dessa importância, pois do
contrário, não faz nenhum sentido a informação que estamos “passando”, pois ela
efetivamente passará e não será absorvida pelo aluno. Ao invés de “passarmos” a
matéria, temos que discutir os assuntos de maneira criativa e interessante,
tentando demonstrar suas respectivas importâncias.
OS
OBJETIVOS DA ESCOLA
Por outro lado, o objetivo primário e
fundamental de qualquer escola é sempre o mesmo, qual seja, formar, instruir e
educar o cidadão para uma vida melhor, ou como se dizia antigamente “educar e
preparar para a vida”. Pois então, é nesse argumento que vou, a princípio, me
apoiar para continuar minha argumentação. Preparar para vida é muito mais que
informar sobre temas de disciplinas (matérias) específicas, mas também é muito
mais do que desenvolver procedimentos sociais e comportamentais específicos e
ainda é tremendamente mais que desenvolver a possibilidade maior de garantir
uma função na sociedade, seja ele profissional ou pessoal. Preparar para vida
pode ser um pouco disso tudo, mas não é nada disso exclusivamente.
Penso eu que preparar para a vida seja
dar condições mínimas necessárias à sobrevivência no ambiente em que se vive e
demonstrar as possibilidades de melhorá-las progressivamente, através das mais
diversas ações. Obviamente para isso é necessário conhecimento e orientação
sobre muitas coisas e a instituição escola está aí para suprir essas
necessidades, dentro de suas devidas possibilidades. A escola ideal deveria
fornecer todas as necessidades, mas certamente a escola ideal não existe e o
aluno tem que fazer a parte dele criando e procurando cada vez mais. Então, a
escola também deve estimular e incentivar o aluno nessa busca ulterior de
informação e conhecimento.
Na verdade a escola precisa criar
condições para que as pessoas sejam capazes de discernir e ter capacidade de
escolha e de emissão de opinião sobre as diferentes situações que essas pessoas
terão que passar ao longo de sua existência, antevendo previamente que
certamente haverá situações boas e ruins. Isto é, nem sempre os resultados
serão os esperados, mas sempre existirão novas oportunidades. Preparar para a
vida e produzir a capacidade de acertar, mas também a possibilidade de errar e
aí levantar a cabeça e aprender com os erros. É óbvio que o conhecimento dessa
ou daquela disciplina auxilia mais ou menos nos diferentes contextos e por isso
esse conhecimento é bastante importante, mas ele certamente não é sempre o mais
fundamental no aprendizado, pois vivências, convivências, afinidades e afeto
também têm grande relevância no contexto da formação do indivíduo (aluno).
A escola tem que ser ciente de seu papel
estritamente pedagógico, mas ela também tem que ser ciente de seu papel social
maior, mas me parece que é exatamente nesse aspecto que a coisa se complica,
porque nesse caso não há avaliação e principalmente não há mérito considerado nesse
aspecto. Aquilo que não é disciplinar acaba não tendo valor na escola, aquela instituição
que tem que preparar para a vida é, na verdade, a instituição que simplesmente aprova
indistintamente ou reprova taxativamente por conta meritória e estritamente
disciplinar. Que escola é essa que construímos ao longo da história?
Porque
não nos baseamos na “população característica” que já descrevemos para avaliar
os alunos? É claro que aí existe muita subjetividade nesse tipo de avaliação e
será muito difícil avaliar. Entretanto, quando a avaliação é reduzida apenas a
um número ou a um conceito ela fica objetiva demais e acaba não condizendo com
a verdade, como acontece até hoje. Infelizmente ainda existem muitos educadores
que não conseguem visualizar a avaliação fora desse padrão de objetividade.
Alguns desses educadores, mais tacanhas ainda, chegam ao extremo de não conseguirem,
se quer, ir além do limite das próprias disciplinas que ministram. Professores
do tipo: “não passou na minha disciplina, então não pode ser aprovado, porque a
minha disciplina é fundamental”. Esse
tipo de radicalismo infundado não pode mais ter lugar na instituição escola.
Mas, então, como agir para preparar o
cidadão (aluno) para a vida? A primeira
coisa a lembrar é que a vida do cidadão pertence ao cidadão e que tutela não
faz bem a ninguém. Ah! Então é para a escola passar a ser um “vai-da-valsa” e o
aluno pode fazer o que quiser? Obviamente que também não é assim. A instituição
escola necessariamente tem uma ordem, uma formalidade, um padrão de conduta
típico daquilo que se convencionou definir como escola e que aqui já foi
citado. Talvez o velho chavão liberdade com responsabilidade possa ser
considerado aqui como o princípio básico a ser estabelecido na escola.
O
CONTRATO SOCIAL DA ESCOLA
Pois então, essa formalidade da escola
com a sociedade tem que estar clara no contrato social do aluno (cidadão
interessado na escola) com a própria escola, que deve manifestar sua intenção
objetiva em preparar esse cidadão e o aluno, por sua vez, deve estar ciente que
procurou a escola para efetivamente se preparar para a vida. Esse contrato
certamente tem gerar uma interdependência intelectual, social e moral entre as
duas partes, dentro de todos os preceitos normativos que forem cabidos a ambas,
com a responsabilidade mútua do cumprimento. Se não for assim, o contrato deve
ser rescindido.
Entretanto, afirmo mais uma vez, a
escola não pode assumir a tutela ou paternidade do aluno, se entendendo no direito
de “saber” o que é melhor para ele, impondo condições aqui e ali que tentem
justificar a manutenção do contrato. Infelizmente é isso que costuma acontecer
e por conta desse fato, algumas vezes a situação foge ao controle e surgem
problemas mais sérios. Se o aluno não respeita o que está estabelecido e nem se
enquadra na sua parte do acordo, ele não pode fazer parte da escola.
Precisamos acabar com esse negócio de
achar que a escola é para todo mundo, porque lamentavelmente isso não é nem
pode ser uma verdade absoluta. Escola não é um ambiente de recuperação de
conduta de quem quer que seja, para isso existem as prisões, penitenciárias e
outras instituições disciplinares e corretivas. A escola é um lugar para gente
livre, que quer continuar livre e que acredita que pode ser melhor passando
pela experiência escolar. Isso é e tem que ser uma questão de vontade e não de
imposição.
Eu até entendo e penso que a escola
realmente deveria ser para todos, mas infelizmente, existem aqueles que não
querem, não se adaptam, não tem nenhum interesse e até mesmo capacidade de se
integrar socialmente. Por mais que eu discorde dessa situação, esses indivíduos
existem e são pessoas que devem ter a sua vontade respeitada, enquanto não
ultrapassam os limites das normais legais estabelecidas para toda a sociedade.
Apenas não querer estudar, não pode ser considerado crime. Ao contrário, eu até
acho que é um direito do cidadão, mesmo que eu não concorde com esse cidadão,
eu não posso imaginar que ele não tenha esse direito.
Obviamente
aqui cabe uma pequena discussão, enquanto for menor, esse cidadão já possui uma
tutela legal, que são os seus pais ou responsáveis. Assim, qualquer ação deve
incidir sobre eles, os pais, e não sobre os seus tutelados. A mesma escola que
pune as crianças, não pode punir os pais das crianças que não cumprem as normas
e assim não adianta propor regra, porque se os pais não cumprem, porque as
crianças irão cumprir? Há que se estabelecer regras que obriguem os pais e
tomarem posturas de seus tutelados ou que simplesmente determinem legalmente,
que eles não são mais seus tutelados e eu vejo que isso também é um direito, que
infelizmente parece não ser reconhecido no Brasil.
Aliás, é por isso que eu não
acredito muito nessa tal de inclusão, hoje tão falada nos meios educacionais.
Pelo menos, na inclusão da maneira que está sendo proposta, porque ela esquece
principalmente a identidade e a individualidade do incluído e ele acaba sendo
considerado um coitado e sem vontade própria no meio das demais pessoas, ou
seja, é um tipo de inclusão que acaba não incluindo nada e nem ninguém. Não sou
preconceituoso, mas também não sou demagogo e essa inclusão que está sendo
proposta não é boa para o incluído, embora ela seja pretensamente “boa” para quem
a projeta. É bom lembrar que, como disse Samuel Johnson “a cadeia e o inferno estão cheios de gente bem
intencionada”. Aquilo que a gente pensa que é bom para alguém, nem sempre é bom
mesmo. Aliás, na maioria das vezes não costuma ser.
Antes da inclusão propriamente deveria
existir uma autorização formal do indivíduo a ser incluído, indicando
primeiramente se ele quer ser incluído ou não e se a resposta fosse afirmativa,
o próprio indivíduo faria uma indicação de como gostaria de ser incluído. Mas,
na verdade, o “pacote inclusivo” já está pronto e alguém joga o indivíduo
dentro dele, como se ele fosse um objeto qualquer. Por que não deixar o sujeito
se incluir por si só, da maneira dele, na sociedade? Por que a sociedade tem
que querer ser mãe daqueles que são diferentes do padrão considerado normal?
Mas, vamos deixar isso de lado, porque eu acabei fugindo do meu tema primário.
Então, as funções desenvolvidas pela
escola são inúmeras e cada vez mais surgem outras, advogadas pelos teóricos da
sociedade e até mesmo da pedagogia, muitos dos quais nunca estiveram dentro de
uma escola, nem numa sala de aula, ou melhor, só estiveram quando eram alunos e
ao que parecem não aprenderam nada sobre a instituição escola nessas referidas
oportunidades. É preciso parar com essa coisa de que sempre existe alguém que
sabe e que tem a solução para tudo. Isso é uma falácia, particularmente numa
escola, onde tratamos direta e exclusivamente com pessoas, as quais são
diferentes e assim, respondem da maneira diferente. Não pode existir uma receita
pronta, quando nem os ingredientes utilizados são devidamente conhecidos.
A escola moderna que estou imaginando seria
uma entidade social voltada principalmente para discutir questões, o que
possivelmente desenvolveria jovens mais interessados em esclarecer situações e
em pesquisar, buscando o entendimento cada vez maior das coisas. O futuro da
educação a meu ver passa por essa nova escola, a qual deverá trazer respostas
promissoras e principalmente deslumbrar um novo mundo aos interesses pessoais
dos diferentes alunos.
O aguçar do conhecimento deverá ser uma
constante nesse aluno contestador e questionador que se fará com essa escola
moderna. Por outro lado, a sociedade em geral só obterá ganhos, porque com
alunos mais interessados, certamente a escola se desenvolverá de uma maneira
melhor e isso trará uma grande possibilidade de surgirem melhores profissionais
em todos os níveis e ramos de atividade. A sociedade deverá se engrandecer e a
humanidade tenderá a ser mais justa, com pessoas mais eficazes nas suas funções
e mais preocupadas com a qualidade de vida no planeta.
A
ESCOLA DO FUTURO
Tenho pensado muito numa escola diferente
e aberta. E quando eu digo aberta, quero dizer exatamente isso. A escola não
pode se fechar em si mesma e se padronizar publicamente, porque o público é
diversificado e grande parte desse público, pelos mais diversos motivos, não concorda
e não aceita os padrões arcaicos já estabelecidos na escola. As definições das
funções escolares devem ser claras e precisas para que os indivíduos que
procuram uma escola tenham a certeza de que encontram a escola certa aos seus
interesses. Eu costumo dizer que: “nenhuma escola é naturalmente boa”, porque
quem faz a escola é o aluno e assim é o aluno que determina se a escola é boa
ou ruim. Se o aluno se satisfizer com a
escola ela será boa, mas se não for assim ele será ruim, independentemente de
quem sejam os demais atores sociais que existam naquela escola. Os melhores
professores, engrandecem a escola, mas certamente não fazem a melhor escola.
A máxima do comércio diz que: “o cliente
tem sempre razão”. O cliente da escola é o aluno e ele deve ditar as regras
mínimas da entidade social que existe por conta dele. O balizamento escolar
deve se ater as questões organizacionais regulamentares e legais que abrangem
qualquer entidade social. A escola não pode fugir as regras éticas da
sociedade, mas deve se interessar mais pela satisfação de seus alunos. Óbvia e
principalmente daqueles alunos que assumirem o contrato social estabelecido a
partir da população mais característica daquela escola. Mas, a escola não pode
interferir em outras questões que se relacionem com situações particulares.
A escola aberta a que eu me refiro
certamente é uma utopia para muitos que me chamarão de débil mental ou qualquer
coisa do gênero, mas pensem nela como algo possível. Pensem, por exemplo, que o
programa de uma determinada disciplina é feito a cada aula, onde se discute
aquilo que é interessante aos alunos e não aquilo que está estabelecido por uma
regra esdrúxula que vem se mantendo desde o século XVIII. A escola tem que
evoluir como instituição social do século XXI, onde tudo que existe do ponto de
vista disciplinar e informativo, certo ou errado, já está no “Google” e o aluno
certamente tem essa informação disponível a hora que ele quiser. Cabe a escola
esclarecer, discutir, orientar e talvez até fomentar um pouco mais sobre esses
assuntos.
É claro que sair do conservadorismo
secular e entrar na modernidade como escola aberta trará um custo efetivo muito
grande para a instituição escola em todos os níveis. Os prédios terão que ser
melhores, mais modernos e arejados; a informatização deverá ser total, o que
diminuirá tremendamente a burocracia dos processos; os funcionários deverão ser
de melhor nível sociocultural; os professores terão que ser realmente
conhecedores de suas disciplinas, além de pessoas cultas e capazes de mediar
discussões e discutir efetivamente sobre os diversos assuntos que serão
trazidos ao debate nas salas de aula. Enfim, não vai ser fácil, mas a sociedade
atual não quer mais saber dessa escola que existe até hoje.
Eu estou com quase 63 anos, 60 deles
foram passados dentro das escolas, os iniciais como aluno e a grande maioria
deles como professor. Hoje ainda sou um agente ativo dessa escola arcaica,
fechada, conservadora e pretensamente séria. Sempre procurei ser vanguardista e
estive muito à frente dos alunos e dos professores do meu tempo. Sempre
procurei provocar, desenvolver e criar coisas diferentes e novas. Certamente,
como eu não sou herói, não consegui mudar quase nada, até porque o sistema é
muito grande e gente como eu, geralmente é mal vista pelo sistema e
consequentemente tende a acabar sendo desvalorizada em sua essência.
Mas, eu segui em frente tentando fazer a
minha parte e não dei muita trela para as opiniões da maioria conservacionista
e retrógrada que compõem o sistema, embora tenham ocorrido alguns
desentendimentos mais significativos, eu sobrevivi muito bem. Obviamente sofri
muito com minha forma diferente de pensar, ser e de agir, mas ganhei muita
consideração daqueles que estavam do outro lado e que como eu já disse, são os
verdadeiros “donos da escola”, os alunos. Assim, penso que valeu, ou melhor,
ainda está valendo a pena.
Pois então, é por eles e para eles (os
alunos) que a instituição escola existe. Todo o restante da comunidade escolar,
inclusive o professor, é acessório na escola, apenas o aluno é fundamental. O
aluno é o cliente da instituição escola e essa instituição tem que se preocupar
em entender e atender bem esse cliente, pois do contrário a escola poderá
(deverá) perder prestígio. Em certo sentido é exatamente isso que estamos
observando, cada vez mais, nos últimos tempos. A escola deixou de ser algo
interessante, se é que algum dia foi, para a maioria dos seus clientes.
A escola é cada vez mais distante aos
anseios, menos atraente e pouco interessante aos alunos, os quais, por isso
mesmo, estão cada vez menos envolvidos com a escola e com o aprendizado. Mas,
será que os alunos não querem aprender? Obviamente que isso não pode ser
verdade, porque o aprendizado é fundamental em qualquer situação e os alunos
sabem disso. Isto é, qualquer coisa para ser feita com eficácia precisa ser
aprendida, sendo assim, os alunos continuam querendo aprender e assim essa nova
escola, diferente e aberta, é uma necessidade da sociedade moderna. Atualmente
os alunos querem aprender outras coisas diferentes, de outras maneiras
diferentes daquelas que a escola tradicionalmente procurou ensinar aos longo do
tempo e se a escola não mudar e se abrir a situação ficará cada vez pior.
CONCLUSÕES
Em suma, está bastante claro e
indiscutível que o aluno já mudou e vai mudar cada vez mais. Ora, se o cliente
mudou e continuará mudando, está na hora da organização comercial que depende
desse cliente, isto é, a instituição social escola, a mais importante
instituição social, se adaptar às novas e progressivas necessidades e também
mudar para continuar existindo no mercado. A sociedade moderna não pode deixar
a escola caminhar para a extinção como instituição social, antes de tentar mudar
e estabelecer um novo (diferente) contrato social com os alunos que estão aí,
ainda ávidos por aprender, mas à moda deles. A escola tem que deixar de ser
conservadora, estática e retrógrada, ela deve se ajustar, modificando o seu
padrão arcaico e tradicional, ela tem que progressivamente ir se adequando às
novas situações e necessidades da sociedade moderna.
A escola do nosso tempo já passou, agora
é o tempo deles, os alunos modernos, e daqui para frente vai ser cada vez mais
difícil manter esse conservadorismo histórico e esse tradicionalismo arcaico,
porque os alunos necessitam de uma escola diferente. A escola do futuro precisa
começar a ser construída, ouvindo integralmente os anseios dos atuais alunos e
da modernidade. É fundamental e preponderante que o processo de abertura dessa
nova escola para a sociedade tenha início o mais rápido possível. Nós não
podemos mais continuar com essa padronização esdrúxula do Século XVIII sendo imposta
às gerações dos Séculos XXI e muito menos às gerações dos séculos vindouros. A sociedade necessita rever o seu conceito do
que efetivamente significa escola nos tempos atuais e o que significará no
futuro.
Devemos pois, nos preocuparmos em criar essa
nova escola, projetada nos interesses maiores da sociedade, particularmente centrada
na população mais característica de sua comunidade para fazer sentido prático e
operacional, mas que ela seja pensada, projetada, construída e principalmente querida
e desenvolvida pelos estudantes atuais e por aqueles que ainda virão,
adequando-se paulatinamente ao tempo. A escola deve caminhar em paralelo com a
sociedade, para que possa continuar cumprindo o seu papel social de destaque a
contento, mas ela não pode perder a noção de que o aluno é o seu principal
agente social e por isso mesmo ele deve ser a fonte primária de referência para
o desenvolvimento contínuo desse tipo de instituição.
O aluno deverá continuar sendo cada vez
mais importante na constituição da escola e, por isso mesmo, há necessidade de
que a escola pare de ser gerida por ideias estranhas ao seu contexto real. Os
problemas e as soluções da escola encontram-se nela mesma e os alunos são as
referências primordiais do entendimento e das necessidades que possam existir. É
preciso ficar claro que daqui para o futuro, qualquer maneira de pensar e
principalmente de agir, que não prestigie e nem privilegie a opinião discente
na escola, certamente não deverá prosperar.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FREEMAN,
R. E., 1984. Gestão
Estratégica: uma abordagem de “stakeholders”. Boston, Pitman.
LIMA,
L. E. C., 1991. Uma Questão de Coerência, Boletim
Informativo da Universidade de Taubaté, Ano III (9), março/abril de 1991.
LIMA, L. E. C., 2017. A Escola Brasileira e a
Necessidade do Ensino de Ciências”, http://oblogdowerneck.blogspot.com.br/2017/11/a-escola-brasileira-e-necessidade-do.no.html,
25 de novembro de 2017.
LIMA, L. E. C., 2018. A Burocracia e a Padronização
nas Escolas Brasileiras, www.profluizeduardo.com.br,
13 de março de 2018.