Quase todos nós seres humanos sabemos que a principal causa do Aquecimento Global que está causando cada vez mais problemas ambientais de grande magnitude é o acúmulo cada vez maior dos gases de efeito estufa na atmosfera e que o principal desses gases é o Gás Carbônico (CO2). Sabemos também que a única maneira possível de retirar o excesso desse CO2 danoso da atmosfera é através do processo de fotossíntese, que é realizado exclusivamente pelas algas e plantas verdes. Entretanto, a humanidade continua destruindo ambientes naturais, contaminando as águas e desmatando indiscriminadamente, o que contribui para diminuir a taxa de fotossíntese planetária. Como o processo de destruição dos ambientes naturais aparentemente está longe do fim, acredito que a situação de risco da humanidade é eminente pois, ao que parece, o fim desse processo certamente acontecerá coincidentemente com o fim (extinção) da humanidade.
Desta maneira, deve ser entendido como interessante e muito bem vinda a possibilidade da humanidade tentar compensar essa perda, ampliando as áreas de vegetação, antes que seja tarde demais. Se plantar em áreas rurais é mais difícil, até pelas próprias condições de uso dessas áreas, então porque não ampliamos os locais vegetados dentro das áreas urbanas, através de projetos extensivos de arborização urbana. Entretanto, também não existem, ou existem pouquíssimos projetos de arborização urbana sendo desenvolvidos nas cidades brasileiras, embora esse seja um mecanismo recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), através da Organização Mundial de Saúde (OMS). Aliás, a maioria das cidades brasileiras está muito longe do índice estabelecido que é de 12m² de área verde por habitante e cada vez se afasta mais dele, mas a própria OMS já tem indicado que esse índice é modesto e que, de fato, ele deveria ser 3 vezes maior, ou seja, 36 m² por habitante.
Assim, as dúvidas que ficam são as seguintes: por que será que quase ninguém investe no plantio de árvores em área urbana? Por que as cidades se afastam cada vez mais do índice proposto?
Mas, por outro lado, não precisa ser muito esperto e nem muito inteligente para perceber que os espaços urbanos tem outra conotação e outros valores. São ligados a outro verde, ao verde da moeda americana, o dólar. Infelizmente, no pensamento comum, o espaço urbano vale muito dinheiro para ser ocupado por árvores, que só servem para fazer sujeira, dando trabalho à limpeza urbana e, o que é pior ainda, para provocar acidentes ocasionais durante as tempestades. Assim, praças e jardins não são, nem de longe, prioridades, porque não servem para nada e são espaços perdidos aos interesses estritamente econômicos da maioria dos administradores públicos e lamentavelmente de muitos setores da sociedade também.
Essa visão que muitos indivíduos ainda defendem, de que a cidade é para ser ocupada integralmente como uma “selva de pedras”, além de arcaica, já provou estar totalmente errada, pois a arborização urbana é fundamental, inclusive e particularmente para à saúde e à qualidade de vida humana. Áreas verdes não só retiram o CO2 em excesso; como trazem o Oxigênio (O2); limpam o ar atmosférico, fazem o ar circular melhor, criam brisa e sombra; embelezam a paisagem, tornando a mais atraente e mais aconchegante; atraem pássaros e outros animais; amenizam a temperatura em dias quentes e principalmente ajudam a reter mais água no solo. Enfim, o aumento da arborização urbana é efetivamente muito bom para o planeta e para o homem.
Baseado nas afirmativas acima, eu questiono: será que não deveríamos promover mais campanhas de arborização urbana nas cidades brasileiras, além daquela tradicional do dia 21 de setembro de cada ano? Será que não deveríamos questionar um pouco mais a relação de custo e benefício sobre os espaços arborizados da cidade? Será que temos que concordar com os interesses econômicos que insistem em dizer que praças e jardins não servem realmente para nada?
Luiz Eduardo Corrêa Lima
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