Resumo: Voltando às atividades o Professor Luiz Eduardo começa o ano de 2015 cheio de esperança, trazendo aos leitores algumas novidades que sacudiram esse início de ano. A julgar pelos primeiros acontecimentos 2015 será um ano em que as questões ambientais preponderantes deverão ser tratadas com merecem e isso certamente implicará na melhoria da qualidade de vida dos humanos no planeta Terra. Leiam o artigo e as notícias alvissareiras que ele traz.
Depois de curtas e merecidas férias, eis que estamos aqui de volta, esperando que 2015 seja uma no maravilhoso para todos. A partir dessa semana, toda semana teremos um novo texto no site. Para começar o ano vou me ater a três notícias que foram trazidas à baila pela grande mídia na última semana, mas que não tiveram os devidos destaques que deveriam, porque a própria grande mídia não faz muita força em discutir um assunto, quando ele realmente interessa a todos.
Notícia 1 – O ano de 2014 foi mais quente da história.
A exemplo do que já havia acontecido em 2013, o ano de 2014 bateu novo recorde e continuou sendo o mais quente de todos os tempos e a julgar pelo mês de janeiro que estamos tendo agora, certamente 2015 irá superar 2014.
Mas, aí eu pergunto: onde está a novidade?
Qualquer pessoa de bom senso e minimamente ligada às questões ambientais já sabia que essa situação iria acontecer, porque vivemos em pleno aquecimento global e continuamos não fazendo nada para tentar amenizar o problema. Os grandes grupos econômicos e alguns países ainda insistem em não querer aceitar essa verdade e continuam a justificar o injustificável com argumentos torpes e mesquinhos, cujo fundamento é exclusivamente econômico. Mas as pressões são cada vez maiores e alguns governos estão começando a forçar barra para o controle de algumas coisas nessa área, com é o caso da China. Já é tempo desse pessoal entender, a exemplo do que disse o economista Paul Singer; “a economia é uma pequena parte da ecologia”.
Notícia 2 – Apenas 1% da população mais rica detém 50% de toda a riqueza do planeta.
Essa notícia chega a chocar de tão violenta, pois é inadmissível apenas 80 mil pessoas possa ter a mesma quantidade total de riqueza que 3,1 bilhões de pessoas. A pobreza planetária é muito grande e só tem aumentado. Cada vez mais o hiato entre ricos e pobres é maior e desse jeito não será possível resolver nada. Do ponto de vista ambiental, social e econômico, isto é, dentro dos preceitos da sustentabilidade é impossível manter a vida humana dentro desse status quo. Assim, ou dividimos as riquezas de maneira melhor ou nossa espécie estará fada a se extinguir pereceremos.
Mas, aí eu pergunto mais uma vez: onde está a novidade?
E mais uma vez a resposta é a mesma, isto é, qualquer pessoa de bom senso e minimamente ligada às questões ambientais já sabe disso, porque está claro que precisamos dividir melhor as riquezas entre as diferentes nações e progressivamente acabar com a pobreza no mundo. Porém, os países e as pessoas ricas não parecem estar muito interessados nisso e assim os pobres vão sobrevivendo como puderem, onde puderem e até quando puderem. Os ricos precisam saber que eles só existem porque os pobres ainda existem e que se todos os pobres forem esmagados economicamente, certamente os ricos também não terão como continuar vivendo. O único consolo é que eles viverão um pouco mais tempo, mas seu fim também chagará. O Presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, está iniciando um trabalho interno naquele país, visando aumentar impostos dos indivíduos mais ricos para auxiliar no estabelecimento de medidas que favoreçam economicamente os indivíduos mais pobres.
Notícia 3 – O Papa disse que a Humanidade precisa parar de reproduzir igual aos coelhos.
Essa talvez tenha sido a mais importante notícia desse início de ano, porque finalmente, a maior autoridade da igreja Católica, o Papa Francisco, resolveu sair da toca e, mesmo sem contrariar os preceitos estabelecidos pelo catolicismo, sugeriu que a reprodução precisa ser responsável e que talvez fosse interessante não gerar muitos filhos.
Ora, estamos no meio de uma grande conturbação em consequência dos acontecimentos ocorridos na revista francesa Charlie Hebdo e da manifestação lamentável assumida pelos muçulmanos mais radicais. Não vou aqui discutir quem está certo ou quem está errado, mas acho que matar os autores das charges não resolve a questão, ao contrário, só trará mais problemas e mais charges. Entretanto, em meio a tudo isso, o Papa, resolve apresentar um argumento, ainda que tímido, em favor do controle da natalidade, o que também é uma afronta as essências das ideias, tanto católicas quanto muçulmanas.
Mas, aí eu pergunto mais uma vez: onde está a novidade?
E mais uma vez a resposta é a mesma, isto é, qualquer pessoa de bom senso e minimamente ligada às questões ambientais já sabe disso, simplesmente porque não há recursos e nem espaço para todos. É preciso estabelecer critérios de ocupação planetária e de tamanho mínimo populacional, porque senão os recursos se findarão e aí não haverá como nossa espécie e muito menos as nossa religiões sobreviverem.
O Papa, toda a igreja católica e todas as religiões do mundo já sabem disso. Todos têm certeza de que não dá para a população humana continuar crescendo loucamente como aconteceu até aqui e que a violência, em certo sentido, é consequência direta desse crescimento populacional absurdo e aproveitou o momento de crise e de violência para sugerir uma maneira de pensar melhor sobre a aleatoriedade da reprodução humana nos diferentes credos religiosos, mormente nos dois maiores segmentos religiosos, os católicos e os muçulmanos. Na minha opinião o recado do papa foi o seguinte: “quanto mais reproduzimos mais ampliamos as nossa diferenças e radicalizamos os nossos pensamentos em relação aos diferentes e isso não é bom para nenhum de nosso segmentos”.
O estabelecimento de critérios populacionais também seria interessante para amenizar outros problemas de ordem ambiental e principalmente de ordem social. Além de diminuir as pressões econômicas sobre os recursos. Ou seja, o Papa Francisco está dando aulas de sustentabilidade ao tentar lembrar aos seguidores do catolicismo que o homem não é um coelho que reproduz por mero instinto, mas sim que precisamos ter consciência do que representa cada humano a mais no planeta Terra.
Pois então, meus amigos e leitores, creio que o ano de 2015 começou cheio de esperanças para todos os ambientalistas como eu. A China investindo mais em energia limpa. Os Estados Unidos pensando em taxar grandes fortunas. O Vaticano sugerindo reproduzir menos. Pelo que vimos nesse curto período, o ano está prometendo mudanças significativas e os grandes encontros internacionais na área ambiental, terão que se manifestar quanto a esses três assuntos e quem sabe as respostas, ainda que tardias não comecem a chegar, até porque nunca é tarde para começar e o planeta Terra e principalmente os mais de 7.2 bilhões de humanos, ricos e pobres, necessitam que algo seja feito.
Estou realmente acreditando que 2015 venha a ser um divisor de águas para o meio ambiente e espero particularmente que o encontro que já está acontecendo em Davos, na Suíça (World Economic Forum Annual Meeting 2015), onde se discute mais uma vez sobre a questão da pobreza no mundo, possa trazer posições extremamente importantes e positivas para as grandes questões ambientais planetárias. Tomara que eu tenha razão e que meus “feelings” se concretizem. Mas, só o fato do Papa pensar e falar em reproduzir com responsabilidade, já torna esse começo de ano muito especial para os ambientalistas e para as perspectivas planetárias futuras.
Luiz Eduardo Corrêa Lima
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