Tag: Educação e Justiça Social

24 out 2015

A condição faz o ladrão, mas quem sabe faz a hora

Resumo: O texto pretende ser uma chamada às pessoas mais preocupadas, aos políticos sérios e aos membros mais esclarecidos da população brasileira, no sentido de questionar as ações que deveriam nortear os procedimentos do país nesse momento triste e lamentável de nossa história em que estamos vivenciando uma total inversão de valores, onde o certo virou errado e o torto virou direito. O Brasil necessita de uma nova postura moldada na educação dos interesses do povo brasileiro e dos interesses nacionais, para ganhar a verdadeira condição de país democrático e desenvolvido, cuja nação é consciente de sua verdadeira dimensão no cenário internacional.


A condição faz o ladrão, mas quem sabe faz a hora

Diz o ditado popular que as dificuldades sempre levam a ampliação das possibilidades e que situações complicadas tendem a ficar mais simples, porque exigem maior preocupação e investimento nas suas respectivas soluções. Assim, também se costuma dizer que: “a condição faz o ladrão”. Isto é, se existe a possibilidade fácil de roubar, sem nenhum risco de ser flagrado ou preso, então os ladrões se multiplicam, aproveitam as oportunidades e roubam cada vez mais.

Pois então, é essa a situação atual em que aparentemente o Brasil se encontra. Existe um grande contingente de ladrões no comando do país e não existe praticamente ninguém que queira impedir que os roubos se estabeleçam e continuem acontecendo, porque a justiça infelizmente não parece existir e também porque quase ninguém se manifesta e nem faz efetivamente nada de significativo para tentar modificar essa condição. A roubalheira, as falcatruas e as mentiras deslavadas imperam soberanas, sem nenhum risco de serem importunadas e muito menos impedidas de continuarem a fazer suas vítimas.

Dessa maneira, o número de ladrões e picaretas, aqui no país, não só tem aumentado, como tem aumentado vertiginosamente numa velocidade inimaginária. Não vou aqui me ater as causas históricas e políticas que permitiram a produção dessa conjuntura terrível, porém vou tentar discutir o que pode ser feito para que o trem do Brasil possa voltar aos trilhos e para que a ordem nacional possa ser reestabelecida.

Primeiramente é preciso tirar essa corja de ladrões que estão no Poder dando maus exemplos à população brasileira, particularmente às crianças que estão perdendo a infantilidade e a pureza por conta dos inúmeros maus exemplos. Entretanto, isso não poderá ser feito apenas pelas vias eleitorais tradicionais, haja vista que somente trocaríamos de ladrões, como, aliás, já fizemos outras tantas vezes. Também não poderá ser feito por via jurídica, porque nem o órgão máximo da justiça brasileira não é mais confiável, haja vista que os componentes desse órgão são indicado pelos ladrões que comandam o poder executivo.

Deste modo, só existe uma maneira capaz de reverter o quadro lamentável em que nos encontramos. Essa solução depende de uso da força e pode ocorrer através de dois mecanismos distintos: ou as forças armadas tomam o poder, o que é pouco provável, porque infelizmente existem setores também comprometidos com o que está aí; ou a população toma o poder para tentar compor um novo estado de direito, onde a prioridade seja efetivamente a ORDEM. Infelizmente, qualquer outra maneira menos drástica estará fadada ao insucesso, haja vista que a cachorrada não vai querer largar o osso e seguirá mentindo e inventando coisas para continuar no poder.

Após o reestabelecimento da ORDEM e o afastamento dos ladrões, será preciso investir na reconstrução do país. Para tanto, deverá existir uma nova prioridade, a qual deverá pautar todo o processo de restauração. Essa prioridade não poderá ser outra, que não seja a EDUCAÇÃO. Como diz o velho chavão: “sem educação, não há solução”. O Brasil necessita urgentemente educar todos os mais de 200 milhões de almas que habitam seu imenso território. Antes que alguém critique, eu quero dizer que não me enganei não, eu quis dizer 200 milhões mesmo, porque não se trata de alfabetizar e sim educar. Há muitos alfabetizados e até mesmo doutores sem educação nesse país.

Sem educação, não existe possibilidade nenhuma de crescer, tanto moral, quanto social e principalmente economicamente e tampouco existe condições de entender o quanto vale para o Brasil, ter a condição de ser o país com maior reserva de “água doce”, que possui a maior Floresta Tropical do planeta e principalmente de ser o país que comporta a maior biodiversidade da Terra. Além de ser uma das principais potencias econômicas e o quinto país do mundo em área geográfica e em população. Somos um país grande e naturalmente muito privilegiado, mas a nossa falta generalizada de educação não nos permite identificar a verdadeira dimensão do quanto somos importante.

Não adianta querer começar a construir uma casa pelo telhado, a construção tem que começar pela base e esta base certamente é a educação da população brasileira, num projeto que vise, antes de qualquer coisa, “abrasileirar o povo brasileiro”, destacando a responsabilidade planetária do Brasil como país.  Apenas e tão somente um povo educado e consciente de suas obrigações e responsabilidades poderá assumir a verdadeira dimensão social e o equilíbrio democrático que se pretende nesse país. O Brasil tem que deixar de ser o país do futuro e começar a ser o país do presente, mas a população brasileira tem que ser o agente principal desse mecanismo de mudança e a educação é a condição precípua para que isso aconteça. Qualquer coisa diferente é falácia e especulação, que só serve aos interesses dos ladrões e malfeitores

Em suma, a fórmula para resolver os problemas nacionais é simples. Basta derrubar os ladrões, reestabelecer a ordem e investir na educação do povo, com base na importância do Brasil no cenário internacional. Mas, quem está realmente disposto a começar a fazer o dever de casa e tentar mudar a cara desse país?

Infelizmente está parecendo que o título desse artigo já está estabelecido na quase totalidade da população brasileira e que hoje tristemente já somos uma população formada apenas por ladrões, haja vista que quase ninguém demonstra uma atividade contrária ao “status quo” nacional. Isto é, na atual condição, somos todos potencialmente ladrões, porque a condição nos levou a isso e, o que é pior, a maioria de nós, parece estar gostando de ter assumido essa postura lastimável. Assim, ficamos aqui, vendo a banda passar, sem tomar nenhuma atitude efetiva que possa produzir mudança na situação. A diferença é que alguns roubam muito e se dão bem e a maioria inativa rouba pouco e ainda tem que pagar pelos grandes roubos dos outros.

Estamos no fundo do poço, mas podemos sair se quisermos, porém só nós mesmos poderemos nos tirar dessa situação terrível. O Brasil tem jeito, desde que o cidadão brasileiro queira ter jeito e passe a agir no interesse maior da sociedade brasileira. Se você se sente bem, sendo apenas mais um ladrão na sociedade brasileira, continue parado. Entretanto, se você acredita e quer ver as coisas melhorarem e principalmente se você não quer assumir essa pecha de ser mais um ladrão, então faça a sua parte e comece a pensar e a agir de maneira diferente e contundente para acabar com a festa dessa corja que está aí, enganando grande parte da população desse país.

A mesma condição que faz o ladrão, poderá criar a justiça social e estabelecer uma nova situação no Brasil. Isso só depende do interesse real da nação brasileira. Se a nação quiser, não há como o governo não querer. O governo não é o estado brasileiro. As pessoas que compõem o governo são empregados da nação, que foram colocadas no governo apenas para administrar o país no interesse coletivo da própria nação e não nos seus interesses particulares e pessoais. O Brasil somos nós, que compomos toda a população brasileira.

Gente brasileira: vamos fazer o dever de casa, exigindo dos governantes o nosso direito inquestionável de ter um governo sério, ético e comprometido com os interesses nacionais.  A eterna canção de Geraldo Vandré já nos disse que; “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Pois então meus amigos, vamos fazer a nossa parte.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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