Resumo: O artigo manifesto minha opinião, de que, é inadmissível que, mesmo depois de 500 anos da invenção do futebol e quase 200 anos da definição das regras básicas desse esporte, que há muito tempo se destaca como o principal esporte planetário, ainda sigamos entregando o resultado ao acaso e decidindo competições através de “pênaltis”.
Vou começar pedindo vênia por minha ousadia, haja vista que não sou um entendido em futebol, sou apenas mais um dos bilhões de seres humanos entusiasmados e apaixonados pelo “esporte bretão” e odeio decisões através de pênaltis.
Por que odeio a cobrança de pênaltis como maneira de decidir os jogos? Porque entendo que pênaltis são, apenas, faltas ou toques de mãos, que ocorrem durante a partida de futebol, dentro da grande área do time faltoso. Essas faltas são punidas com tiros livres diretos e sem barreiras, cobrados a 11 metros de distância da linha de gol, num ponto marcado, entre as linhas da grande e da pequena área. Portanto, são faltas perigosas com possibilidades reais de acarretarem gols.
Quer dizer, os pênaltis são faltas punidas durante a partida. Depois da partida encerrada, não podem existir pênaltis, até porque, se a partida acabou, não existem mais faltas ou toques dentro da grande área ou qualquer outro lugar. Qualquer outra coisa, diferente disso, a meu ver, não pode, sequer, ser chamada de pênalti. Entretanto, costuma se usar esse tipo de tiro livre, após o jogo para decidir o resultado de partidas que terminam empatadas.
Na verdade, não tenho nada contra os pênaltis em si, até porque, a regra do futebol de alguma maneira diz que: “qualquer falta produzida pelo defensor, que ocorra dentro da sua própria área, deve ser punida com pênalti”. Porém, por outro lado, entendo que decidir resultados através de cobrança de pênaltis é uma grande idiotice para resolver o problema, criando um resultado artificial para aquela partida, que não poderia, por qualquer motivo especial, terminar empatada. Isto é, aquela partida que obrigatoriamente necessita ter um vencedor.
Ou seja, quando o resultado de empate, que um resultado naturalmente possível numa partida de futebol, não pode acontecer, porque há necessidade de se premiar o vencedor da citada partida. Com a cobrança de pênaltis ao final da partida empatada, arruma-se ou ajeita-se um vitorioso, que não venceu nas condições normais da disputa. Deste modo, muitas vezes se acaba produzindo grandes injustiças artificiais, para se resolver rapidamente questões que deveriam ser naturalmente resolvidas.
Quando se resolve decidir um resultado através de cobrança de pênaltis, está se colocando a responsabilidade de um time dentro do campo e de uma torcida, às vezes imensa, fora de campo, no pé e nas mãos de dois indivíduos: o chutador (batedor) e o goleiro (defensor). Fato que é, no mínimo, injusto. Alguém já disse que futebol não tem que ser necessariamente justo e eu concordo. Entretanto, eu também quero dizer que, não é por isso que devemos atuar para favorecer às injustiças.
Há idiotas que dizem, mas que jamais poderão provar, que cobrança de pênaltis não seja loteria. Como já afirmei, são idiotas, porque cobrança de pênaltis sempre será uma loteria. Eu afirmo que esses idiotas estão tremendamente errados, porque cobrança de pênaltis é pura sorte. Digo isso, porque tenho certeza que todo batedor, ao bater o pênalti, certamente, quer fazer o gol e, por sua vez, todo goleiro quer defender, além, é claro, da bola poder bater na trave ou ir para fora. Quer dizer, o acaso é quem decide, se a simples cobrança se transformará em gol ou não.
Embora, nenhum dos dois envolvidos diretamente na questão, voluntaria e propositalmente, queiram errar, por óbvio, o erro é natural e acontece, de um lado ou de outro. Salvo, em questões anômalas e inerentes ao processo partida de futebol, muitas vezes um pênalti “bem batido” não resulta em gol e um outro “mal batido” acaba resultando em gol e pode causar a vitória daquele que foi notoriamente o pior time durante toda o transcorrer da partida. Isso acontece inúmeras vezes, então como não é sorte?
Aqui, alguns dirão, mas, durante uma partida normal, o vencedor também pode ser o pior time! Sim, mas isso, além de ser uma contingência da própria partida, não é uma regra. Entretanto, toda partida é um jogo e o fator sorte sempre existe, mas as regras probabilísticas dizem que o melhor time deve ganhar do pior. Quando efetivamente acontece de o vencedor da partida ser o pior time, ninguém pode questionar, haja vista que ele, de fato, venceu a partida, ainda que por pura sorte.
Assim, não consigo entender, como um esporte oficialmente inventado no século XVII, continua, muitas vezes, algumas delas até em campeonatos mundiais de seleções nacionais dos países competidores, dando “sopa para o azar” e permitindo, ou melhor, obrigando que disputas por cobranças de pênaltis definam resultados de partidas. A própria seleção brasileira já “ganhou” campeonato mundial de seleções por cobrança de pênaltis, o que é lamentável, porque ganhou, mas não venceu o jogo.
Esse negócio de cobrança de pênaltis para decidir vencedores e perdedores é muito mais que uma idiotice, porque isso é, simplesmente, acreditar que a “sorte” ou o “azar” (sim, somente o acaso), em chutes diretos, sem possibilidade de reação sejam as maneiras mais corretas para decidir competições locais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Acredito que, esteja na hora da FIFA ou qualquer outra entidade que possa sugerir sobre a questão, se manifeste em prol de propor novas maneiras para decidir resultados, quando não puder existir o empate entre os dois times competidores.
Por favor, esqueçam as cobranças de pênaltis, mas proponham coisas boas. Já inventaram, faz algum tempo, a tal da “morte súbita”, que acabava com o jogo em qualquer momento, logo após a ocorrência de um gol. É aquela história da “pelada de rua”: “quem fizer o primeiro gol ganha o jogo”. Ora, esse negócio de “morte súbita”, conseguia ser mais injusto do que a cobrança de pênaltis, porque não permitia nem a tentativa de reação.
Aliás, a cobrança de pênaltis para decidir partidas também não permite, embora dê chances iguais para ambos os times. E aqui cabe uma explicação de porquê os pênaltis depois do jogo não poderem ser chamados de pênaltis. A ação dos pênaltis durante o jogo é a mesma de uma outra falta qualquer. Isto é, a pós a cobrança a bola está automaticamente em jogo, mas nas disputas por cobrança, NÃO EXISTE JOGO existem apenas os chutes em direção à baliza e deste modo, depois de cada chute não pode acontecer mais nada, além do gol. da defesa, da trave ou da bola fora. Ora, se isso não é algo totalmente artificial ao futebol, então eu preciso ser internado, porque sou um débil mental.
Desta maneira, eu vou aproveitar o momento para questionar e ao mesmo tempo sugerir. Por que o futebol, não pode copiar o basquete e fazer tantas prorrogações de tempo quanto forem necessárias, até que haja um vencedor? Com certeza isso diminui bastante o fator sorte, além de ser mais sensato e correto, além de menos injusto. O basquete poderia, da mesma maneira que se faz no futebol, decidir empates com “lances livres”, mas os codificadores daquele esporte, desde o início, já sabiam que o jogo tem que ser jogado e que o vencedor tem que vencer o jogo e não apenas ter uma boa pontaria ou pura sorte. Infelizmente, no futebol, ainda não se atentou para esse detalhe.
Certamente alguém vai dizer, mas desse jeito, poderão existir prorrogações indefinidamente. Sim, poderão, mas, com os pênaltis isso também é possível. Entretanto, tal coisa nunca aconteceu, nem mesmo no basquete, que sempre foi assim. Além disso, tenho certeza de que isso vai melhorar bastante a qualidade do espetáculo. Porque, por óbvio, após ao tempo normal, os próprios jogadores vão querer decidir logo quem será o vencedor e certamente a partida ficará mais interessante e o público vai gostar muito mais.
Querem melhorar o futebol, deixem ele sempre acontecer como ele de fato é, ou seja, com a bola rolando dentro do campo. Aliás. Esse negócio de VAR (Vigaristas Arrumando Resultados) também é uma besteira imensa, por que aumenta os custo e só favorece a alguns poucos interessados que ganham muito dinheiro com essa idiotice e se beneficiam com apostas extracampo. Como eu já disse em artigo anterior, o VAR só trocou o erro individual (do juiz) pelo erro coletivo (da máquina e seus “juízes” operadores), mas não acabou e nem vai conseguir acabar com o erros, além de ter favorecido, ainda que indiretamente, aos contraventores e outros picaretas.
Aliás, cabe ainda dizer que os erros do futebol são tristes, mas eles, historicamente, fazem parte do próprio futebol. Se pudermos minimizar os erros obviamente será muito bom, mas creio que isto não será possível e nem é efetivamente interessante que eles acabem, porque eles também fazem parte do jogo, desde que não sejam programados externamente. Por outro lado, até para minimizar os efeitos externos nas competições, os pênaltis em decisões precisam ser extintos para o bem do próprio futebol. Pensem nisso!
Luiz Eduardo Corrêa Lima (68)